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Nathália Petry

“Eu gosto de frutas, mas acabo não comendo no dia a dia". Por que deixamos de fazer aquilo que gostamos e que nos faz bem?

Da série “Eu gosto de frutas, mas acabo não comendo no dia a dia...”, ou “Eu amo dar uma caminhada, mas acabo não indo...”. Por que isso acontece? Por que deixamos de fazer aquilo que gostamos e que nos faz bem?



Pois então, eu te entendo... Também acontece comigo. Por exemplo: apesar de amar praticar tecido acrobático (aquela arte circense em que nos penduramos em um tecido rs), tenho faltado a muitas aulas. E aí, sempre que eu vou, lembro o quanto eu amo e me pergunto: por que eu faltei tanto? Eu amo isso!


Outra coisa. Eu amo saladas diferentes, daquelas que misturam diferentes texturas, cores e molhos, e são cheias de sabor. Mas raramente tenho as preparado em casa. Acabo buscando comer aquela salada de folhas sem graça (para mim), só pra dizer que comi. E muitas vezes deixo de comer a salada porque ela realmente não me apetece. E aí, eu me pergunto: se eu gosto daquela salada mais bonita e temperada, por que eu não a preparo?


Por que há coisas que gostamos, que nos fazem bem, mas que não as fazemos? Digo aqui coisas simples, que poderiam fazer parte do nosso cotidiano, mas não fazem. Um exemplo super comum do consultório: pacientes que dizem que amam frutas… mas não as comem! Ou que amam comer uma salada gostosa, mas não a comem! Há muitas razões, muitas inclusive individuais, para não fazermos algo que gostamos com frequência. Mas uma delas é a respeito da relação PRAZER - TRABALHO.


O nosso cérebro busca a todo tempo MAIS prazer e gastar MENOS energia. Quanto mais prazeroso e menos trabalhoso for algo, mais atrativo será. Assim, quando chega no horário da minha aula de tecido acrobático, meu cérebro faz a avaliação: “isso é prazeroso, mas é trabalhoso (preciso me deslocar, mexer o corpo), ficar em casa e relaxar com certeza é prazeroso e menos trabalhoso!”. E assim, muitas vezes optei por ficar em casa. Para eu ir, eu preciso parar e me lembrar do quanto eu gosto, que dá preguiça mesmo, que estou cansada do dia, mas que vai valer a pena. Dessa forma, eu mentalizo quanto PRAZER isso trará, para isso ser maior que o TRABALHO que vai dar.

A mesma coisa o exemplo da salada. Só jogar uma folha qualquer no prato (ou nem comer a salada) é muito menos trabalhoso do que preparar uma salada do jeito que eu gosto. Para pôr o preparo da salada em prática, eu preciso me lembrar do quanto eu gosto da salada, e busco ainda alternativas para facilitar, como comprar vegetais já higienizados, deixar um molho já preparado pra semana). Aqui, eu busco então lembrar o quão PRAZEROSA aquela salada é, e busco ainda minimizar o TRABALHO que isso dá.


Ficar em casa, no celular ou na tevê, e pedir um delivery, é muito gostoso! Nosso cérebro ama, pois é muito PRAZER, pouco TRABALHO. E esta é uma das razões para com frequência preferirmos estas ações do que sair de casa, fazer uma atividade física que gostamos, ou preparar uma comida em casa. Por mais que gostemos disso também, eles são mais trabalhosos! E precisaremos de um esforço mental para lembrarmos que gostamos disso também e que vai valer “a pena”, isto é, o trabalho!


Por Nathália Petry - Nutricionista e escritora - Conheça os livros, cursos e serviços em www.nathaliapetry.com

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