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Nathália Petry

Alimentação Intuitiva é ótima, mas não transforme-a em outra dieta

Por Sara Sophia Eisenman, traduzido por Daniela Mendes (http://www.elephantjournal.com/2015/02/intuitive-eating-is-great-but-dont-make-this-mistake/)

Se você já teve problemas como obsessão por alimentação, talvez você já tenha experimentado isso: é muito fácil transformar a nobre "alimentação intuitiva" em outra dieta infeliz.

Eu fui extremamente obcecada em fazer dieta por 10 anos. Bom, você poderia me chamar de obcecada em fazer dieta ou entusiasta da saúde, ou, olhando para trás agora, você pode chamar isso de transtorno alimentar. Todos esses termos se encaixam.

Houve periodos que eu sabia que devia haver um jeito melhor de comer. Eu sabia no fundo que a resposta provavelmente era apenas deixar para lá. Mas eu não sabia por onde começar. Como deixar para lá quando tudo que você sabe é sobre comida e fatos de dieta e você acredita que você está destruída e que aepeso é obcecado por você, e que também nenhum de seus sonhos vão se tornar realidade se você não for magra? Se essa frase soou um pouco louca e maniaca, é porque é. E é exatamente assim como alguém perfeccionista com corpo e comida se sente.

Entre dietas milagrosas, eu voltava para a alimentação intuitiva, mas de uma forma maníaca: "Eu vou ouvir meu corpo e comer exatamente o que eu quero, mas eu vou comer devagar esperando que eu não coma muito e eu vou me tornar realmente magra e feliz e saúdavel e ainda assim conseguir comer o que eu quero comer, mas espero que não seja muito. E se eu tiver vontade de comer "algo ruim" eu vou comer, rezando para que se eu me permita comer isso, eu não vou querer isso de verdade. Oh, merda. Eu quero isso. Merda, eu estou morrendo de fome. Eu não posso comer tudo isso, mas eu comi. E eu comi rápido. Eu fracassei!"

Você pode dizer... Isso não é alimentação intuitiva.

Isso é um comportamento infeliz e apavorado. E isso é uma dieta. Porque ainda há vergonha ligada a comer. Ainda há vergonha ligada ao peso. Ainda há tentativa de controle. E eu ainda estou com medo de comida e de mim mesma.

Atualmente, eu estou totalmente recuperada. E não foi somente através das regras 'coma-lentamente e pare-quando-você-está-cheia' que eu descrevi ai em cima. Eu me recuperei comendo amplamente e completamente (me permitindo).

E até até mesmo ganhei algum peso. Peso do qual eu estava cansada de correr dele. Eu percebi que meu medo do peso era um medo da vida, de ser humana e do fracasso, e de toda a bela confusão que a vida real é. Eu estava adiando tudo na minha vida, esperando até que eu estivesse aceitavel e magra ao invés de me arriscar, de me desafiar (o que, nesse estado mental, nunca acontece o aceitavel, então eu nunca me arriscaria).

Se você é já fez várias dietas, e também tentou e falhou uma alimentação intuitiva, não é porque você está destruida ou é um monstro voraz por comida. É porque a versão de alimentação intuitiva que você está tentando ainda é um comportamento com-medo-de-comida.

E você merece ser amplamente nutrida por comida e não ter medo do que seu peso "diz sobre você" (seu peso não diz nada sobre você, aliás). E até isso realmente acontecer, e até você se alimentar e amar você mesma incondicionalmente, comida e peso vão continuar parecendo importantes e poderosos.

Muitas pessoas que são obcecadas por comida tem a mesma experiência com alimentação intuitiva. Eles transformam isso em outra dieta, outra obsessão, outra coisa para tentar e ser perfeito (e você não pode). Não é assim que a vida funciona. Não é assim que comida, suas vontades e nutrição funcionam. E não é assim que felicidade funciona.

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